CORRESPONDÊNCIA COM ALPHONSE DE CHATEAUBRIANT
Fugir, fugir o mais depressa possível
para o cume da montanha,
onde a neve não derrete
e, solitário, respirar neve,
tomar banho em neve,
esfregar-me com neve,
rolar na neve,
comer neve,
fazer-me, a mim próprio, de neve,
até sentir bater,
em redor de mim
e dentro de mim,
um coração de fogo.
Raspar o fundo da gaveta e enfunar uma gávea, Averno, Lisboa, 2011.
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