domingo, 23 de setembro de 2012

LUÍS AMARO

RECUSA


Certas horas que passaram,
ah! dou-as por invividas:
poeira incerta, infantil
que os ventos levaram...

Seu rasto é fumo e nada,
mentira, confusão.
Certas horas diluídas
não foram, nem são.

Não me reconheço nelas
porque lá não fui presente.
Cinza inútil, vaga névoa...
– simplesmente.


Saudade, n.º 10 (inicialmente publicado sob outro título em Dádiva), Associação Amarante Cultural, Amarante, 2008.