[FAÇAM COM AS PALAVRAS AQUILO QUE QUISEREM]
façam com as palavras aquilo que quiserem,
desfaçam-nas:
uma palavra desfeita não magoa,
uma palavra inteira rasga a boca,
uma palavra inteira é a certeza
de outra palavra inteira, a corda fina
que vai da trave à terra, do caibro ao vento
de uma janela aberta:
a imprecisa
minúcia da poeira
Uma viagem no Outono, Relógio d'Água, Lisboa, 2013.
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