MORDER A LÍNGUA
A ponta do cigarro apaga-se
como o ruído dum insecto
a agonizar na água. A
noite arrefeceu apesar de ser Julho
porque o Verão a norte nunca
se despede da bruma. É tarde
e procuro um verso
que morda a própria língua.
O jogo das comparações, Companhia das Ilhas, Lajes do Pico, 2016.
Há 2 horas