domingo, 29 de novembro de 2009

RENATA CORREIA BOTELHO

[JÁ NINGUÉM NOS TOCA À PORTA]


já ninguém nos toca à porta
a vender cerejas.

devíamos talvez lembrar
à terra o nosso nome

plantar sílabas frescas
que nos matem a sede

ter um pingo de esperança
na morte depois da vida.


Um circo no nevoeiro, Averno, Lisboa, 2009.