quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

ARTUR ALEIXO

NIRVANA


Bleach, Nevermind, In Utero,
Incesticide. Os Nirvana haviam sido
um estado de alma. Uma imprudência
feliz da juventude, cantada como desejo
e assim mantida na memória.

Ouvimo-los de novo no trajecto
flutuante: Cacilhas – Cais do Sodré.

Acabaríamos o curso no ano seguinte
e como calculávamos: juntos
e infelizes para sempre. A certeza,
entre outras inauditas, separou-nos.

Num espaço menos devastador – afinal,
sem ti – recuperei outras músicas,
alguma compreensão do mundo.


Divina Música: Antologia de Poesia sobre Música (de My Heart Could Only Walk), org. Amadeu Baptista, Conservatório Regional de Música de Viseu, 2009.