domingo, 12 de junho de 2011

JOSÉ BENTO

[OS POEMAS QUE ESCREVAS]


Os poemas que escrevas,
ainda que muitos, são
um só, inacabável,
interceptado um dia:

sufocante abertura
por onde irás descendo
a um poço, uma vertigem,
com uma única saída

que, enfim, vislumbrarás
quando já não tiveres olhos.


Sítios, Assírio & Alvim, Lisboa, 2011.