terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

PEDRO MEXIA

O CÃO DE GOYA


O cão de Goya, quem o abandonou?
Que naufrágio, cave, urbe sem gente?
Quem o pôs de cabeça humana
suplicante, que deus dos cães
o deixou assim, igual a todos?
Que bicho é este, sozinho com a impossibilidade,
um perigo que cresce sem salvação,
o grande indistinto vazio que faz medo?


Eufeme, n.º 1, edição de Sérgio Ninguém, s. l., 2016.