terça-feira, 29 de julho de 2008

JOSÉ CARLOS SOARES

[DESCIA A TEMPESTADE]


Descia a tempestade
como quem vai
comprar cigarros ao outro

lado da vida. Lá ia
de mãos nos bolsos de alguma
inclinação. Subia

para os comboios na estação
mais fria, lia

sobretudo nobre
azul e poesia.


Bátega, edição do Autor, Porto, 2006.