MAR CALHADO E ESTE SANGUE AINDA QUENTE
saí da cidade como de uma rua sem nome
não me lembro de nada, irei ter com o que houver
levo barulho no saco preto às costas
nódoas na roupa interior
e um poema da perna de pau
a alma foi dar horas, já não regressa e virá diferente
resta matéria gorda que a água do chuveiro não levou
um buraco no chão, e má memória
há versos que chegam à cancela como cães sem dono
outros aparecem e fazem chover
também me perco e deliro
Glória e Eternidade, Teatro de Vila Real, 2009.
Há 11 horas