o meu retrato do mizé
amar todo o amor impossível
foi o caminho do teu animal
envelhecido e estropiado
guardaste retratos de tempestade
levaste universos inteiros
no bolso mais pequeno da tua mochila
execraste promontórios
o farol do teu sonho
nunca te deu sinais de liberdade
respiram por ti as tintas
cores de fantasmas exibindo
esperma cornos e ruas estreitas
poetas que perseguem visões sulfurosas
o imaturo rosto do teu fumo
Cafurnas, edição do Autor, Nazaré, 2002.