para a Inês Dias
O que dizem os espelhos, Imperador?
Será o vazio quem procura as imagens
Ou são as águas que esperam rostos mergulhados – carruagens
cheias de transeuntes
Que passeiam nesta margem, junto ao rio?
Não dizes.
Acabas sempre por guardar segredo.
Fazes o teu jogo.
Começas, acabas, mas permaneces imóvel como o espelho que,
Não dizes.
Acabas sempre por guardar segredo.
Fazes o teu jogo.
Começas, acabas, mas permaneces imóvel como o espelho que,
um dia,
Hei-de partir.
Partirei, sim. O teu reino não dura sempre. Nem o meu.
E as imagens quebram-se contra o mundo novo. São coisas
Partirei, sim. O teu reino não dura sempre. Nem o meu.
E as imagens quebram-se contra o mundo novo. São coisas
recentes
Novas danças
Que fazem com que as coisas sejam, nem sei como dizer, talvez
Como um pêndulo de relógio.
Mas um dia, se quiseres
Diz-me se o vazio é actor principal.
E quanto tempo está em cena. Se alguém o aguarda
Mesmo depois de actuar
Ou se vai mesmo em digressão.
Existe um espelho que me espera.
Não me quero reconhecer.
Telhados de Vidro, n.º 13, Averno, Lisboa, 2009.
Que fazem com que as coisas sejam, nem sei como dizer, talvez
Como um pêndulo de relógio.
Mas um dia, se quiseres
Diz-me se o vazio é actor principal.
E quanto tempo está em cena. Se alguém o aguarda
Mesmo depois de actuar
Ou se vai mesmo em digressão.
Existe um espelho que me espera.
Não me quero reconhecer.
Telhados de Vidro, n.º 13, Averno, Lisboa, 2009.