quarta-feira, 11 de agosto de 2010

MANUEL FILIPE

NUA MADRUGADA


O leito em seu estado adormecido,
o lume que esmorece na lareira,
a cadeira no seu estado de sentada,
a laranja que definha na fruteira,
ou a dolência deste estado indefinido
de sonhar, com o passado à cabeceira...

(E enquanto morre a nua madrugada
renasce a imensa noite, à minha beira.)


Eis uma Casa, edição do Autor, Lisboa, 2010.