ROMA
Roma, outra vez, um regresso.
Com o fim do Verão, a casa cobre-se
de um tom mais escuro,
provoca maiores movimentos,
sem nunca permitir um silêncio.
Os livros e os papéis estão revoltos
pelo quarto como despojos de um
tesouro assaltado. Os dedos trazem
ainda restos secos de palavras.
Apenas a tua presença era uma defesa,
um último refúgio para o corpo.
Ao fim do dia, no regresso de mais uma tarde
preenchida de livrarias, dizias-me que parecia
um livro fechado.
E não sei o que te responder.
Europa e Mais 3 Poemas, Letra Livre, Lisboa, 2007.
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