quinta-feira, 21 de outubro de 2010

ANTÓNIO BARAHONA

ARTE POÉTICA


Por cada verso feito quantas noites
desfeitas e mulheres transfiguradas,
madrugadas, cidades, auto-estradas,
montes de cartas, mortos e ausentes.

Por cada verso feito me despeço
deste mundo, em pedaços repartido,
pois só consigo reunir-me quando fundo
império de poema nunca escrito.


Criatura, n.º 5, Núcleo Autónomo Calíope da Faculdade de Direito de Lisboa, 2010.